Acho que pouca gente percebeu que em setembro de 2022 a distribuição de energia em Goiás mudou de mãos e passou a ser responsabilidade da Empresa Equatorial. O negócio girou em torno de R$1,600.
A saga. Há muitos anos o estado de Goiás tem sofrido com suas distribuidoras de energia elétrica. Foram anos de martírio com a Estatal CELG, que sangrou milhões de reais dos cofres públicos estadual e federal, com vários planos de salvamento e recuperação da empresa que não deram em nada.
Até que surge a empresa ENEL, uma empresa de controle acionário italiano e em 2016, sendo a única empresa a apresentar proposta no leilão de privatização da CELG – Distribuidora, passou a ser a responsável. Reparem que de 2016 até 2022, se passaram apenas 6 anos e a ENEL não foi capaz de cumprir os compromissos assumidos em contrato.
Isso por si só já daria azo ao fim da concessão, mas a empresa preferiu vender para a Equatorial a parte de distribuição de energia no Estado de Goiás. Um detalhe que pouca gente também sabe é que, devido à má qualidade do fornecimento da energia, Goiânia é uma das capitais que mais utiliza geradores de energia no país, isso tanto em empresas bem como em condomínios verticais.
O Governo de Goiás sempre esteve atento às questões da qualidade do fornecimento de energia no estado, sempre cobrando o cumprimento dos compromissos contratuais assumidos tanto pela CELG como pela ENEL, pois para que se torne um estado forte e próspero é de fundamental importância que tenhamos uma distribuição de energia à altura de suportar o crescimento econômico e demográfico. Consequentemente, o ingresso de novas empresas e indústrias que venham a fomentar as nossas cidades do interior.
A informação não muito auspiciosa é que a posição no ranking da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, a Equatorial ocupou em 2021 com sua subsidiária do Maranhão a 28ª posição, com desempenho pior do que a própria ENEL – Goiás que figurou na 27ª.
A Equatorial é a terceira maior em termos de distribuição no país, já que atua nos seguintes estados: Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Alagoas e Rio Grande do Sul.
Isso realmente já pode e deve deixar os goianos com o pé atrás. Esperamos que a empresa venha a desempenhar um trabalho satisfatório no nosso estado, pois, a energia é a mola mestra de um desenvolvimento firme e duradouro para o estado.
A esperança em dias melhores pela frente é que a Equatorial apareceu também com dados de 2021, como uma empresa rentável e esteve colocada entre as 30 empresas de maiores lucros no país, dando sinais que terá como investir na distribuição de energia em Goiás e é o que esperamos.
Então, está tudo ok para a assunção plena da Equatorial como a nova distribuidora de energia no estado de Goiás. Começamos 2023, mas de olho no desempenho da nova concessionária e distribuidora de energia.
Carlos Roberto Neri Matos – Consultor Master - ADERA Consultoria, Professor Especialista em Direito Administrativo, Administração Pública, Direito Tributário e Aduaneiro, Membro da Academia Goiana Maçônica de Letras, Ex-Superintendente do Ministério da Fazenda e Servidor aposentado da Receita Federal
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